08 junho 2010

David Leite diz que “gente da oposição” tem cópias da gravação do que disse Déda a aliados no Palácio de Veraneio

A história da gravação do comício do Palácio de Veraneio ainda aperreia os governistas
Antes do comentário, informo ao respeitável público a postagem no YouTube de vídeo-reportagem com o trecho no qual Marcelo Déda pede votos a prefeitos e lideranças políticas, no comício do Palácio de Veraneio (sábado, 15/05/2010). Acesse e confira: http://bit.ly/cC7uF6.
Certamente, até pelo fato de não ter havido qualquer punição para os crimes eleitorais praticados quando o governador Marcelo Déda ainda era candidato ao cargo (“Micareta Picareta”, revista Veja de 10/05/2006), tudo levava a crer, o comício realizado no Palácio de Veraneio seria mais uma das ilegalidades cometidas pelo PT sem expectativa de consequência futura. Mas, ao que parece, a espera positiva deu lugar à ansiedade desmedida: finalmente, após inquietante letargia, parece que o Ministério Público Eleitoral resolveu (re)agir.
Para começo de história, a Procuradoria Regional Eleitoral de Sergipe, segundo comenta-se, estaria a investigar se o rega-bofe eleitoral, custeado com dinheiro público nas dependências de um prédio do governo, teria agredido a legislação em vigor (uso da máquina) –a oposição não tem a mínima dúvida! Hoje, 7, através do programa de rádio, Gilmar Carvalho reavivou o tema ao comentar ter ele recebido da Justiça uma intimação para entregar a fita original, gravada durante o comício (não vale a gravação do ar, que estaria retalhada).
O jornalista, apesar de manter uma cópia da gravação original –a fita original teria sido destruída por quem a gravou, por medo de represálias–, não a entregará ao MPE: “Podem, inclusive, fazer busca e apreensão na minha residência, pois ela (a cópia da gravação) não está lá e se depender de mim vai permanecer onde está”. Não se trata de viril coragem de Gilmar carvalho. Talvez, no máximo, seja só uma (enviesada) maneira de ganhar dividendos eleitorais. Vai que a Justiça mande prendê-lo por ocultação/sonegação de provas? O mote do cabra valente, destemido; daquele que afronta a PODER de mãos vazias, estaria devidamente criado para a campanha eleitoral...
Por outro lado, quem sabe se o candidado a deputado estadual Gilmar Carvalho não esteja querendo proteger Marcelo Déda de sua verve incontida? Afinal, como o próprio jornalista afiançou, apenas “fragmentos, retalhos” das quase duas horas de discurso do governador, saudando a si mesmo e pedindo votos a prefeitos e lideranças políticas, foram veiculados no rádio. Ou seja, quem sabe haveria na fita um conteúdo altamente comprometedor, e justamente quando o grupo de Edvan Amorim se firma como integrante da chapa governista, seria péssimo (eleitoralmente) entregar à Justiça a prova do crime, que pode impedir o governador de candidatar-se!
Acostumado desde a época da prefeitura a abusar da máquina pública em seu benefício pessoal e a torrar dinheiro dos impostos em campanhas políticas sem merecer nem mesmo uma pequena reprimenda da Justiça (?) Eleitoral, Marcelo Déda não teria estômago para enfrentar um questionamento de tal magnitude. Além do aperreio moral, seria um forte argumento à oposição para exibir ao respeitável público como o poder político remove montanhas.
Por essa Marcelo Déda não esperava! Quem o deixou de calças curtas há pouco mais de duas semanas, ao veicular no rádio o discurso do comício do Palácio de Veraneio, agora mostra-se solidariamente comprometido, “para não prejudicar o projeto do governador”. Tanta contradição é capaz de enlouquecer qualquer um...
PS – A quem interessar possa, informo haver outras cópias da gravação do comício do Veraneio em mãos de gente da oposição, aguardando apenas o momento certo para trazê-la a público!

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