02 março 2012

"E eu que pensei que o ditador fosse João Alves", diz Gilmar sobre Déda


O deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) revelou, na manhã desta quinta-feira, dia 1º, no seu programa de rádio, na Ilha FM, as palavras usadas pelo governador Marcelo Déda (PT), ao falar com o deputado estadual Adelson Barreto (PSB), por telefone, momentos antes da votação que garantiu a reeleição da deputada estadual Angélica Guimarães (PSC) na presidência da Assembleia Legislativa, na última segunda-feira 27.
"Ele falou duro com Adelson: ‘quero que você venha, agora, no meu gabinete. Quando Adelson explicou que nunca deixou de cumprir um compromisso e votaria em Angélica, o governador disse: ‘se votar deste jeito, você não vai ter em Marcelo Déda um adversário, mas um inimigo pessoal. E eu que pensei que o ditador fosse João Alves", comentou Gilmar Carvalho, assegurando que perto do que ele, Adelson Barreto, a deputada estadual Maria Mendonça (PSB) e outros ex-aliados fizeram por Déda, ele não fez nada por eles.
Sobre a animosidade criada entre Déda os parlamentares que votaram em Angélica, Gilmar comentou que o governador não diz o que quer, não diz qual o projeto dele, mas, em cima da hora, quando todos já assumiram compromissos, chega para tentar ditar ordens e dizer qual é a sua vontade - e que esta vontade tem que imperar.
"Maria deu a palavra a Angélica porque você, Déda, não conversou com ninguém. Tudo que estão dizendo aí de traição é mentira. Todos eles (bancada de Déda) sabiam. Traição é quando você ouve um apelo promete atender e não atende. Mas Déda não conversou com ninguém. Então, não pode cobrar o que não fez", disse Gilmar, prometendo dar nomes.
Gilmar revelou ainda que o governador Marcelo Déda, foi informado pela deputada Angélica do seu projeto, no dia 2 de fevereiro, mas não chamou ninguém para conversar - nem os deputados do PSB. "Outra mentira é dizer que os irmãos Amorim influenciaram", assegura Gilmar.
O deputado radialista revelou ainda que o governador Marcelo Déda procurou o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) para pedir que os deputados "do seu partido" não apoiassem Angélica. Todavia, encontrou um Valadares sem forças políticas frente aos parlamentares.
"Valadares disse a Déda que era difícil porque, na principal base eleitoral de Maria Mendonça, Itabaiana, ela depende mais de Amorim do que de mim. E Adelson Barreto é mais de Amorim", expôs Gilmar, prometendo desafiar Valadares para um debate, caso ele não sustente a informação. "Você (Valadares) tinha que proteger os seus deputados. Você os jogou às traças."
Gilmar disse ainda que acusam os irmãos Amorim de pressionar os deputados. Entretanto, a pressão veio do outro lado. "Quem pressionou os deputados foi Déda. Eu vi os telefones cantar na Assembleia (na segunda da votação). Na minha frente, ao meu lado. ‘Olha o governador quer conversar com você. Passando o telefone para Gilson Andrade. Para Raymundo Vieira. Quem pressionou foi Déda", assegurou Gilmar, observando que Déda fez um acordo, em 2010, pelo qual a presidência da Assembleia seria do PSC.

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