Jackson e Déda tramam uma grande farsa contra o povo de Aracaju e de Sergipe. Ao perceberem ser muito difícil para eles eleger o futuro prefeito de Aracaju, arquitetam um acordão vergonhoso e obscurantista para votar em João Alves, ressuscitando uma época extinta e “cristianizando” a própria candidatura do governo, seja ela do PT ou do partido que for. Em nome de um “Projeto Político” alimentado pelo ódio e pelo revanchismo, eles desejam impedir que a verdadeira oposição chegue ao poder na prefeitura de Aracaju agora em 2012, e Eduardo Amorim ao governo do Estado em 2014. Essa farsa é uma trama que se processa na calada da noite, pois, como toda indecência, sobretudo as tão obscenas como essa, não poderia chegar ao conhecimento do povo.
Karl Marx ao escrever “O 18 de Brumário de Luís Bonaparte”, referiu-se ao que disse Friedrich Hegel sobre os grandes fatos e personagens da história serem encenados duas vezes, e completou: “a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.” Marx referia-se aos golpes de estado ocorridos na França comandados por Napoleão I, em 1799, e por Napoleão III, em 1851. Na sua compreensão histórica a tragédia decorrera do primeiro golpe que criou um Estado forte a serviço da burguesia que deixava de ser a classe revolucionária que derrotara a monarquia e a nobreza, e se transformou em conservadora, oponente ao proletariado. Quanto à farsa, forma de repetição da história, ela se deu com o segundo golpe que foi a imitação do primeiro. Napoleão III que chegara ao poder em 1848 mediante eleição e com amplo apoio popular – 73% dos eleitores –, embalado por um processo revolucionário em curso, três anos depois deu um golpe de estado, oprimiu o proletariado e governou para a burguesia. A farsa esteve tão presente nessa imitação da história que Marx, referindo-se aos franceses, afirmou que aquele povo, “que por meio da revolução acreditava ter obtido a força motriz para avançar com maior celeridade, de repente se viu arremessado de volta a uma época extinta”, a um passado que havia morrido e, com ele, a volta dos velhos nomes, dos velhos editais e até dos velhos verdugos que pareciam ter-se decomposto há muito tempo. E, parafraseando Cristo, Marx afirmou que “a revolução de 1848 precisava deixar que os mortos enterrassem seus mortos para chegar ao seu próprio conteúdo”.
A história é grande auxiliar para a compreensão dos fatos da atualidade. Guardadas as devidas proporções, tanto desses fatos quanto desses personagens, estabeleço um paralelo entre os acontecimentos da França e fatos acontecidos em terras tupiniquins de Sergipe Del Rey. E aqui a elite política e econômica não fez, nem faz por menos, ela vai mais além. Seus integrantes fizeram e fazem a história se repetir duplamente: imitam os franceses, e protagonizam a história não apenas como tragédia, a exemplo de Napoleão I, mas, também, como farsa, tal qual a patrocinada por Napoleão III. E em se falando de tragédias e farsas, de manobras golpistas contrárias às forças populares, o senador Valadares é ator especial em todos os palcos.
A nossa história aponta que em 1990 Valadares era governador aliado das elites políticas e econômicas de Sergipe. Tal qual Napoleão I na França, ele tramou esmagar as nascentes forças populares lideradas por Jackson Barreto, de quem já havia cassado o mandato de prefeito. Valadares promoveu um amplo acordão político, juntando, num mesmo saco, João Alves, Albano Franco, ele próprio e todo o seu séquito. Mas para garantir o golpe contra o povo, Valadares e o acordão impugnaram e impediram a candidatura de Jackson Barreto o que assegurou a vitória do acordão com a permanência dos dominadores no poder, e a desarticulação da oposição e das classes populares. “Mutatis mutandis”, eis aí a tragédia tupiniquim.
Mas como a história se repete em forma de farsa, ela já está a caminho. A Trama Diabólica é uma construção maquiavélica de Jackson Barreto e de Marcelo Déda. Embora no passado eles tenham sido líderes populares e dos trabalhadores organizados, respectivamente, ambos chegaram ao poder amparados por uma ampla aliança com segmentos da burguesia, – as elites políticas e econômicas de Sergipe –, exatamente para quem hoje eles governam, traindo descaradamente as suas origens populares e a aliança com os trabalhadores. Tal qual Napoleão III, Déda e Jackson, apesar da dimensão pequenina e ridícula que ambos ostentam, em relação à França e ao seu Imperador, tentam protagonizar a repetição da história em forma de farsa: imitam Valadares e maquinam a perpetuação no poder, traindo os interesses mais populares na medida em que pretendem ressuscitar uma época que parecia sepultada por eles próprios, apenas com o objetivo de impedir que a verdadeira oposição e outras forças políticas nascentes cheguem ao poder, satisfazendo, dessa forma, aos desejos odientos e revanchistas comuns a todos os coadjuvantes: Déda, Jackson, João, Valadares, Edvaldo e Albano.
A essa altura, Jackson e Déda já têm consciência que terão muita dificuldade para eleger o próximo prefeito de Aracaju. Coerência para essa gente nada representa. O que vale mesmo é o poder. O poder pelo poder. Custe o que custar. Até porque o preço ou o custo quem sempre paga ou assume é o povo, como agora está a assumir em decorrência da falta de saúde, de segurança, de emprego, de saneamento básico, de casa para morar... Ora, se o próprio Déda que foi reprimido pela polícia comandada pelo governador Valadares, é o mesmo Déda que se tornou seu aliado; o Valadares que cassou o mandato de Jackson, é o mesmo Valadares com quem ele convive; o Jackson que se opôs à família Franco durante trinta anos, é o mesmo Jackson que se aliou a Albano..., não tem porque alguém aqui se assustar, nem torcer o bico, nem fazer desdém com o fato da construção desse obsceno acordão com a participação direta e indireta de personagens como Jackson, Déda, Valadares, Albano, Edvaldo e João Alves Filho. Repito: João Alves Filho, sim senhor. Afinal, os fatos estão a circular e os interesses e objetivos de todos eles são os mesmos! O que serve para Chico também serve para Francisco e vice-versa. Nesse meio aí não há qualquer pudor. Ou alguma freira de plantão duvida?
Sabe-se às escâncaras e em todos os quadrantes de Sergipe que o grupo dos irmãos Amorim é hoje objeto de desejo de João Alves Filho. Diariamente os mensageiros de João se revezam e se multiplicam na tentativa de convencer o grupo Amorim a indicar o candidato a vice-prefeito da chapa João Alves com a recompensa de garantia expressa e explícita de que João, caso eleito prefeito, não deixará o cargo para se candidatar a governador, passando a apoiar a candidatura do Senador Eduardo Amorim a governador em 2014. Pronto! O golpe está armado e todas as arapucas, aratacas, alçapões e até visgo de jaca na vareta estão preparados e com excelentes iscas para pegar o grupo Amorim. Vão conseguir? Acredito que não! Mas esses são os fatos.
Sergipe inteiro tem conhecimento, inclusive João Alves, que o cenário político principal de 2014 está montado para a disputa entre Eduardo Amorim e Jackson Barreto. Não haverá espaço para João nem para qualquer outro aventureiro. Portanto, oferecer a vice da chapa de prefeito aos Amorim é factível e normalíssimo. Afinal, caso eleito, João não deixará mesmo a prefeitura por nada, salvo para governador o que já está completamente descartado. A prefeitura, seria o final de sua carreira, pois nem para ser candidato a senador ele sai, cujo mandato ele nunca quis, nem quer. Até porque, não se troca mandato de prefeito na gaiola, por um de senador voando. Jackson já sabe disso, pois ele mesmo não quis trocar em 1987. O contrário, gente, é que acontece: deixar o senado para ser prefeito, como no caso de Valadares em 2000 e no meu caso em 2008. O contrário não, muito menos para um João que só pensa “naquilo”, o executivo. Sim, e João Alves na prefeitura cumpriria o acordo de votar em Eduardo Amorim para governador?
Voltemos à história para melhor compreender os fatos do presente. Na eleição presidencial de 1950, uma aliança de partidos liderados pelo PSD indicou o mineiro Cristiano Machado para disputar a presidência da República contra três outros candidatos: um deles, foi Getúlio Vargas. No curso da campanha, o PSD traiu seu próprio candidato para votar em Getúlio, do PTB. Esse gesto de traição ficou conhecido na história como “CRISTIANIZAÇÃO”, que é a hipótese do candidato não ser votado pelos seus próprios companheiros de partido.
Retomando a Trama Diabólica que nada mais é que a armação para a repetição da história em forma de farsa, ela trabalha com essa mesma “CRISTIANIZAÇÃO” do candidato do governo a prefeito de Aracaju, e seja ele quem for, e do partido que for. Esse candidato será apresentado como o oficial do governo, mas o candidato verdadeiro, aquele em quem o governo votará por baixo dos panos, será João Alves Filho, com vice-prefeito indicado pelos Amorim, ou não. Para Jackson e Déda melhor que seja um vice-prefeito indicado pelos Amorim, pois a vitória, segundo eles dizem, será mais fácil. A trama urdida é complexa, mas facilíssima de compreensão, pois aglutina, em um único projeto, o objetivo de todos os desafetos dos Amorim e meus: Déda, Jackson, Valadares, João, Edvaldo e Albano que afirmam ter “razões” para alimentar o desejo de desforra. Uns com mais intensidade e outros com menos.
Eleito João Alves, logo, logo se iniciaria um processo de aproximação do governo do estado com a prefeitura e vice versa, e isso, em nome dos “interesses públicos” e do comportamento republicano que exige um bom relacionamento. Daí em diante, até 2014, a vaca dos Amorim iria para o brejo. Afinal, do jeito que a história é contada na versão João Alves, ele, João Alves, não teria razão alguma para apoiar os Amorim ao governo do estado. O apoio a Jackson passaria a ser natural, concluindo, assim, a Trama Diabólica representada pelo acordão de todos contra a verdadeira oposição, em 2012 e contra os Amorim, em 2014.
Portanto, qualquer que seja a decisão da classe política, a você, cidadão eleitor, compete tomar as rédeas da história em suas mãos para que ela não aconteça como tragédia, nem se repita como farsa. Este é o jogo que está sendo jogado na calada da noite. Mas não esqueça que o poder de decisão está em suas mãos, quer dizer, em sua consciência. Ou a Nova Ordem ou a Trama Diabólica. A decisão é sua.
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