O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado Venâncio Fonseca (PP) voltou a questionar as declarações feitas, em duas entrevistas de rádio, pelo Chefe da Casa Civil do governo de Marcelo Déda (PT), o ex-deputado Jorge Alberto (PMDB). Em sua avaliação, Venâncio enxerga que o auxiliar do governo ao invés de trabalhar para “apagar o fogo” e “aparar as arestas” entre os aliados, trabalha politicamente para afastar o PSC da base governista e liberar o “caminho” para o PMDB.
Venâncio voltou a lembrar o discurso que fez, semana passada, quando criticou o que ele entendeu por falta de atenção do governador Marcelo Déda com o senador Eduardo Amorim (PSC), quando o chefe do Executivo conseguiu liberar emendas para a construção do Hospital do Câncer, em audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sem convidar o líder do PSC e autor da emenda coletiva para a construção daquela unidade de Saúde. Venâncio lembrou que Amorim liderou uma campanha para recolher assinaturas, em todos os municípios do Estado, e que Marcelo Déda “atropelou” o senador.
Em seguida, Venâncio se deteve mais sobre as declarações recentes do Chefe da Casa Civil do governo Déda. “Já estou no meu quinto mandato; nasci e me criei na política. Sempre entendi que o Chefe da Casa Civil sempre agiu como um articulador político, como uma pessoa que resolve os problemas na área governamental, que atua para pagar o fogo ou diminuir uma tensão momentânea. Esse sempre foi o trabalho do Chefe da Casa Civil, mas no governo do PT é diferente. Jorge Alberto, conforme as entrevistas na Liberdade FM e na Ilha FM, ao invés de apagar o fogo, ele joga gasolina e acende fósforo?”.
Venâncio foi ainda mais longe e disse que Jorge Alberto concedeu entrevistas com o único objetivo de desqualificar o trabalho de Eduardo Amorim pelo Hospital do Câncer. “Triste do governo se não fosse essa bancada aqui na Assembleia que dá sustentação, aprovando projetos que, muitas vezes, a população não aprova. Um secretário que, quase nove horas da manhã, estava na atividade física. Imagine que horas ele vai chegar para trabalhar? É por isso que esse governo não anda! De tabela ele ainda atinge a bancada federal, os senadores e deputados federais. E o que será que fez Jorge Alberto nos dois mandatos de deputado federal?”, questionou.
“Ele disse que as emendas só são liberadas graças ao prestígio político do governador. E qual a função do senador? Qual a função do deputado federal? Têm que ser dependentes e subservientes do governador? Além de cometer o erro, Jorge Alves ainda confessou ou a incompetência do governador, que não consegue liberar mais emendas, ou a falta de prestígio político de seu governo. Esse ano Déda não liberou nada! Sergipe está perdendo para Alagoas que é governado pelo PSDB. Quantas emendas têm para Socorro? 15. E só saiu uma? E o restante?”, completou o líder da oposição.
Venâncio foi ainda mais duro com o chefe da Casa Civil. “Ou Jorge Alberto foi designado para fazer esse trabalho ou foi de autoria própria para bajular o governo. Ele deve ter pensado: como posso agradar meu chefe, meu tudo? Coube ao deputado André Moura (PSC) participar do programa e defender Amorim que estava sendo atacado por Jorge Alberto. André explicou que através de um acordo político que já vem de vários anos, sobre as emendas coletivas um parlamentar assina a emenda do outro. Foi Amorim quem propôs a emenda para o Hospital do Câncer. Agora querem desqualificar o senador? Jorge Alberto quer afastar o PSC do governo e abrir caminho para o PMDB”.
Em tom provocativo, Venâncio se dirigiu ao líder do governo, deputado Francisco Gualberto (PT). “Se essa bancada do PSC sair da base do governo, eu vou ter pena de Vossa Excelência nas votações desta Casa. Quem era minoria, passar a ser maioria? Não quero isso para Vossa Excelência! Já tem sofrido tanto e pegar o comando de uma minoria?
Em aparte, o deputado Zezinho Guimarães (PMDB) procurou fazer a defesa de Jorge Alberto. “Cada dia lhe admiro mais, por ser um político habilidoso e inteligente. Quem inicia o mandato como eu, chega a ficar arrepiado com a sua inteligência e por saber defender com galhardia seu ponto de vista. Conversei com Jorge Alberto e todos sabemos que existe no âmbito federal dois tipos de emendas: as individuais e as coletivas. Não é verdade que existem 15 para Socorro!”.
“O orçamento da Nação é uma peça de ficção. Nos primeiros cortes, as emendas coletivas são as primeiras cortadas. Jorge Alberto quis dizer o governador usou o prestígio para liberar os recursos para o hospital. Ele não quis intrigar. Ele não contestou o trabalho de Amorim que, como bem disse, esse é um gesto humanitário e não político. Tomara que todos se juntem e o sonho se concretize. A Saúde atravessa um momento difícil em todo País, completou Zezinho.
Em resposta, Venâncio disse que “Zezinho tentou, mas não explicou nada! Jorge Alberto desqualificou o senador Eduardo Amorim, os demais senadores e os deputados federais. Jorge Alberto não imaginava que estava acusando o governador de não querer liberar o nada para Sergipe. Que Déda vá para Brasília sozinho ou acompanhado, mas que libere os recursos para o nosso Estado. Pelo o que disse Jorge Alberto, ou é falta de prestígio político ou é incompetência mesmo! O projeto é afastar o PSC do governo e liberar o caminho para o PMDB. Ninguém é menino. Tá todo mundo percebendo isso”, colocou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário